A amamentação, apesar de ser um processo natural, é frequentemente cercada por uma série de mitos e informações equivocadas que podem gerar insegurança e ansiedade nas novas mães. Distinguir o que é verdade do que é apenas crença popular é crucial para uma experiência de amamentação bem-sucedida e tranquila.

Mito: “Toda mãe tem muito leite desde o início.” Verdade: A produção de leite passa por diferentes fases. Nos primeiros dias, o bebê recebe o colostro, um líquido rico em anticorpos e nutrientes concentrados, produzido em pequena quantidade, mas essencial. A “descida do leite” geralmente ocorre entre o terceiro e o quinto dia após o parto, com um aumento gradual na produção. A quantidade de leite se ajusta à demanda do bebê.

Mito: “Se o bebê chora muito, é porque o leite materno não sustenta.” Verdade: O choro do bebê pode ter diversas causas além da fome, como sono, fralda suja, necessidade de colo, desconforto ou cólicas. É importante observar outros sinais de fome e ganho de peso adequado para avaliar se o bebê está recebendo leite suficiente.

Mito: “Amamentar causa dor e fissuras nos mamilos.” Verdade: A amamentação não deve ser dolorosa. Dor intensa e fissuras geralmente indicam uma pega incorreta do bebê. Corrigir a pega com a ajuda de um profissional é fundamental para aliviar o desconforto e prevenir problemas.

Mito: “Bebês que mamam no peito precisam de água ou outros líquidos.” Verdade: Até os seis meses de idade, o leite materno exclusivo supre todas as necessidades de hidratação e nutrição do bebê, mesmo em climas quentes. Oferecer água ou outros líquidos pode interferir na amamentação e não é recomendado.

Mito: “Mães que trabalham fora não conseguem amamentar.” Verdade: Com planejamento e organização, é possível conciliar o trabalho e a amamentação. A ordenha do leite materno durante o expediente e o armazenamento adequado permitem que o bebê continue recebendo o leite da mãe mesmo em sua ausência.

Mito: “Seios pequenos produzem menos leite.” Verdade: O tamanho dos seios é determinado pela quantidade de tecido adiposo e não pela quantidade de glândulas mamárias, que são as responsáveis pela produção de leite. Mulheres com seios de todos os tamanhos podem produzir leite suficiente para seus bebês.

Mito: “Alguns alimentos que a mãe come passam para o leite e fazem mal ao bebê.” Verdade: A maioria dos alimentos consumidos pela mãe não causa problemas no bebê. Uma dieta equilibrada e variada é recomendada. Em casos raros, alguns bebês podem apresentar sensibilidade a certos alimentos da dieta materna, mas isso deve ser avaliado individualmente com um profissional de saúde.

Mito: “Amamentar por muito tempo estraga o bebê.” Verdade: Não há evidências científicas que sustentem essa afirmação. A amamentação prolongada traz benefícios emocionais e imunológicos tanto para o bebê quanto para a mãe, respeitando o ritmo de cada díade.

É fundamental que as mães busquem informações confiáveis e baseadas em evidências científicas sobre a amamentação. Consultar profissionais de saúde, como médicos e consultoras de amamentação, e participar de grupos de apoio podem ajudar a esclarecer dúvidas, desmistificar crenças populares e oferecer o suporte necessário para uma jornada de amamentação positiva.